Precisamos atacar o diagnóstico verdadeiro


A crise na seleção está novamente instaurada, ficou um pouco de lado na expectativa de um bom início de Olimpíadas, mas agora já era.

O time que depois de Dunga, do 7x1, prometia bom futebol e uma medalha de ouro, ainda não funcionou, se mostrou nervoso, confuso, desorganizado e fraco na hora de decidir na cara do gol - ainda não marcou em 180 minutos.

Os motivos para os dois 0x0s são vários, mas é necessário atacar os certos.

Estes 18 jogadores pouco se conhecem e o fato de estarem se conhecendo agora também é um fator muito importante, não é só chegar e jogar como funciona na seleção norte-americana de basquete que está muito acima tecnicamente dos rivais. Precisa mais do que isso. 

Nos dois jogos viu-se os rivais igualarem o confronto tática, física e emocionalmente ( não misture com raça).

Falta um pouco mais de força para Micale, é muito pequeno perto dos jogadores e talvez falte isso na hora de brigar ou preparar os jogadores psicologicamente para a partida. Neymar é capitão por causa disso. Por enquanto o trabalho dele fica mais no dialogo antes da estreia do que no campo.


O clima com a torcida é péssimo, até porque ela é muitas vezes irracional e desmedida nas criticas. Critica a falta de raça, os altos salários dos jogadores, as tatuagens, as chuteiras coloridas e acham que é por causa disso tudo que o Brasil não vai pra frente.

Usar a seleção feminina de exemplo e provocar com Marta é não atacar os pontos certos, os que realmente fazem nosso futebol se apequenar. As meninas tem uma equipe bem estruturada por Vadão com sequencia e com uma jogadora cinco vezes melhor do mundo, aos 30 anos, que já foi chamada de amarelona quando perdeu no passado.

A torcida em alguns momentos atrapalha, faz com que os jogadores fiquem ainda mais nervosos. É interessante observar que nos amistosos, quando o clima é mais amistoso (desculpe o trocadilho) o Brasil sempre joga melhor. 

Mas sem deixar de ressaltar que está embutido o fator emocional nos grandes jogadores também, de não sentirem o peso das grandes partidas, mas não é pra qualquer um.

Brasil que fez 4x1 na Argentina em 2005, futebol simples, sem muito repertório, decidido na qualidade ofensiva. Hoje dificilmente funcionaria.

Em 2006 o Brasil tinha o quarteto mágico, vinha da conquista da Copa do Mundo de 2002, parou na França, muito mais organizada, comandada por Zidane - 1x0 foi pouco.

Então se entendeu que era hora de mudar. A mudança veio com Dunga.

O time passou a ser ultra pragmático e o resultado foi parecido.

Na sequencia Mano, Felipão, Dunga novamente e o carro não saiu do lugar, ou melhor, voltou pra trás.


Brasil de ontem, sem ligação do meio ataque, com muitas jogadas individuais, falta coletividade.
O futebol evoluiu, o Brasil não joga nada parecido com Espanha, Alemanha, Chile ou Portugal. Estes times tem a consciência de equipe, tem cancha (é diferente de raça, tem a ver com experiencia de campo e saber o que fazer em momentos decisivos) e capacidade de entender os momentos das partidas.

A geração atual não é ruim, mas tem problemas. Faltam ainda bons meio campistas e um centroavante, peças fundamentais no futebol, quase toda equipe campeã conta com um bom jogador deste tipo. 

A Alemanha ganhou com Klose e um bom meio campo em 2014, sem o artilheiro das Copas parou na França.

Não é hora de crucificar Jesus, Guardiola pensa nele, como pensava em Douglas Costa quando era criticado por aqui.

O maior problema do nosso futebol são os cartolas da CBF e o resto deles. Eles que não dão um passo a frente, mais preocupados neste momento em não serem presos.

A Alemanha percebeu que precisava mudar e mudou de verdade, antes do processo de degradação maior. Hoje está aí, diferente, forte. 

A mudança não será do dia para noite, pode começar na seleção olímpica, não se consolidar nela. Por isso um bom futebol e uma boa equipe trazem mais do que uma medalha de ouro.

No momento, até mesmo vencer jogando feio parece distante.

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