For sale
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Estamos na época de transferências,
a janela está aberta e os jogadores vêm e vão. Mas como definimos o que é uma
boa e uma má contratação?
Vários fatores contribuem: o
dinheiro, o momento, forma física, posicionamento dele em campo, as deficiências
do time atual, o temperamento do jogador. Na hora de contratar o time deve agir
como uma pessoa que vai comprar um carro usado: analisa o preço, dá uma
voltinha no carro, leva ao mecânico de confiança, vê se servirá para supris
suas necessidades, confere sem tem dinheiro e então compra.
Na hora de trazer um jogador é
parecido. Lugano não vinha atuando por onde passava, já demostrava uma queda física
e lentidão nas partidas em que tinha atuado, não era um boa, mas o São Paulo o
trouxe, como um homem em crise de meia idade compra o ex-carro pelas boas lembranças
que teve com ele. Agora leva prejuízo.
No futebol muitas coisas devem
ser levadas em conta, em 2013, após ganhar o Mundial, o Corinthians tinha
dinheiro e investiu em Pato. R$ 40 milhões por um jogador que nunca teve a cara
do clube e torcida. Com muitos prejuízos agora vive preso com ele, põe a venda
no Mercado Livre, nos classificados, na Webmotors e ninguém compra.
Leandro Damião foi assim no
Santos, chegou pelo mesmo preço de Pato e não fez nada. Está no Flamengo, que
trouxe Diego, com uma festa exagerada, como se fosse o novo Zico. É bom
tecnicamente (um dos melhores meias do Brasil), chuta bem de fora da área, tem
poder ofensivo, mas não vinha bem no último clube. Têm boa chance de dar certo,
mas não é um passe de mágica, chegou, jogou e o rubro-negro virou candidato ao
título. A festa para recepciona-lo no Rio foi parecida com a feita pelos
são-paulinos a Lugano.
É preciso saber quem vem, o
São Paulo trouxe Centurión sem saber quem era e agora traz Chavez do Boca, que
é segundo atacante, quando precisa de um 9 – não dá pra dizer que não sabe quem
é.
Muitas vezes o problema maior
é o dinheiro gasto. Há casos absurdos como o de Pogba, que era jogador do
Manchester United, o clube não o quis em 2012 e foi por passe livre para a Juventus.
Despontou e agora deve voltar aos Red Devils por R$ 450 milhões, um absurdo, o
mais caro da história – imagina quanto seriam as transferências de Messi e C
Ronaldo.
Boa contratação é trazer Róger
Guedes e Tchê Tchê, jogadores fora do foco principal do mercado e que são
titulares do líder do campeonato. Como foram boas as contratações de Everton
Ribeiro e Ricardo Goulart no Cruzeiro bicampeão. Como foi também Paulinho e
muitos jogadores daquele Corinthians de 2012. É o Borja do Atlético Nacional. Ele
ninguém daqui viu.
O Leicester foi campeão com um
elenco super barato, Mahrez, Vardy, Kanté não valiam quase nada hoje valem muito,
o último já está para o Chelsea por 30 milhões de Libras. Não por acaso, o
responsável pelas contratações do clube foi para o Everton.
Tão importante como comprar,
ou até mais, é saber segurar o jogador. Alexandre Mattos rodou a Europa para
negociar com os clubes interessados em Gabriel Jesus, a ideia dele é fazer com
que o jogador fique pelo menos até o final do ano – com o poder financeiro
europeu uma hora irá deixar o Brasil. É pensar em manter o time funcionado, o
que muitas vezes é melhor do que qualquer contratação. A permanecia de Neymar
no Santos prova isso.
Matéria publicada no jornal O Atibaiense em 29/07/2016
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