Epilogo de Messi

  

Messi andou do centro do campo até a marca da cal. Aqueles metros que nunca são tranquilos em uma decisão de pênaltis. Pegou a bola das mãos de Heber Roberto Lopes que o esperara, colocou a bola no chão olhou para o gol e começou a dar passos para trás.

A melhor versão de Lionel Messi na seleção argentina, recém ultrapassado Batistuta na artilharia pelo país (55) e feito aniversário de 29 anos (24). Diferente muito além da perceptível aparência com barba e tatuagens, mudou em estilo de jogo. Além de ser um excelente atacante, é também um excelente meio campista, é a flecha e o arco. Faz gols, dá assistências e cobra faltas com total perfeição.

“La pulga” é um sul-americano com escola europeia, gosta do jogo coletivo. Durante a carreira foi evoluindo como jogador e como pessoa, menos tímido e mais experiente, entende melhor seu papel como jogador de futebol.


Messi deu seus passos e olhou para Bravo, companheiro de Barcelona, onde cansou de ser campeão, com ele e antes dele chegar. Clube pelo qual cresceu na base e ganhou a Champions por quatro vezes, mundial por três, vários espanhóis e cinco bola de ouro.

Mas que pela Argentina não consegue vencer, está na fila de 23 anos com seus companheiros e perdeu a final da Copa do Mundo e Copa América.


Correu para a bola e bateu, bateu pra longe, pra fora nas nuvens, onde Baggio mandou, como Zico já perdeu, como Sócrates, como ele mesmo (Chelsea 2012), nunca foi o melhor de todos em pênaltis.

Na hora da decisão Messi falhou novamente, a Argentina perdeu outra vez e chorará nova perda de Copa América, novamente para o Chile.

A fila pesa, os chilenos estavam nitidamente mais tranquilos e liquidaram o jogo nas cobranças de penais. Os argentinos são melhores, têm melhores jogadores, e estavam jogando melhor, na melhor versão argentina dos últimos anos, bem coletivamente.

Mas o filme se repetiu: Di Maria não conseguiu jogar a final por causa da condição física – está até esteve em campo, mas fez pouco –, Higuaín desperdiçou outra grande chance, Messi tentou e não conseguiu trazer a taça.


Lionel sabe que precisa vencer pela seleção, entende a cobrança sobre ele, tanto que chegou concentrado e preocupado ao jogo. Não se viu um sorriso, uma graça dele durante a partida, nada. Compenetrado sabia da importância daquela partida.

Chamou jogo, arrancou, caiu uma, duas, três, várias vezes. Arrematou em gol, passou, cobrou faltas, mandou o pênalti para longe e chorou.

Ficara sem dormir por dias e o lance do pênalti nunca mais será esquecido pelo mundo do futebol.

Nos barres pelo mundo, servira para comparar com Maradona, jogadores de tempos diferentes, com feitos diferentes. Acredito que Dios, será sempre maior que Messi para os argentinos, mas no par ou impar vou de Lionel, mais completo, melhor tecnicamente e mais constante na carreira.


A Argentina vai a Copa da Rússia com três vices em sequência e ainda na fila. Pelo que vinha jogando, a expectativa que se criou a queda é maior ainda.

Buenos Aires chora enquanto Santiago sorri, como no ano passado. Em dois anos está geração conseguiu mais que todas as outras juntas.

A fila Argentina um dia irá acabar como acabou a corintiana e palmeirense. O futebol é assim, têm coisas que acontecem e seguem acontecendo. Você sabe que um time tem qualidade para vencer algo, mas na hora agá nunca dá certo.

Temos a Holanda tri-vice, o Brasil em Olimpíadas, a Ponte Preta em qualquer campeonato. Como já foi o Corinthians com Libertadores.


Messi é gênio, pode ser que falte uma conquista pela seleção, o que não fará dele menos craque como não fez Zico. Ao mesmo tempo não deixará de ser algo que ele irá lamentar pelo resto da vida e não conseguirá provar algo para os céticos de seu futebol.

Até por isso, disse após o apito final, que a seleção não é pra ele. Ou seja, em primeira análise ele abandona o escrete argentino pelo qual fracassou novamente - espero que mude de ideia.

Pela Argentina foi expulso em seu primeiro jogo, sofreu pressão para jogar tanto quanto no Barcelona, teve o peso de ser campeão, bateu na trave três vezes e no melhor momento pelo escrete decidiu parar após o último fracasso.

Ele não aguenta mais tudo isso, por isso pede para sair. 

A derrota da Copa América poderá ser muito maior do que o imaginado.


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