Do Futebol total ao Futebol zero


Na final da Copa de 1974, a Holanda abriu o placar sem a Alemanha tocar na bola. Troca de passes, arrancada de Cruyff e pênalti. Neeskens converteu.

Hoje o Brasil encarnou o "Carrossel holandês", em 39 segundos, o Brasil trocou 11 passes até Willian cruzar e Douglas Costa, de sola, mandar para o gol. Pelo menos por um minuto o Brasil jogou um "Futebol total", coletivo, consciente, bonito de se ver.

Porém o restante do jogo não foi bem assim. Renato Augusto até marcou um golaço ao receber passe de Neymar e aproveitar falha grotesca de Alvaro Pereira. Em linda ginga do brasileiro, tirou o goleiro da jogada e mandou para o gol - mesmo na China, está bem fisicamente.



No 4-1-4-1 Neymar de "falso nove", ficou muitas vezes de costas e procurou bastante o lado esquerdo do campo, o lugar onde mais gosta. Douglas Costa no flanco esquerdo e Willian no direito davam amplitude ao time. 

No meio de campo Luiz Gustavo era o primeiríssimo volante, cobrindo até as "domingadas" de David Luiz - muito mal hoje. Renato Augusto voltava para iniciar e Fernandinho tinha liberdade para chegar um pouco mais pela direita. 

Os laterais recebiam os passes de Alisson e iniciavam a maioria das jogadas. Apenas Neymar, definidor das corridas ofensivas, participou mais. 


Cavani diminuiu no primeiro tempo, com bobeada defensiva do Brasil, desorganizada e deixando o rebote livre para o artilheiro.

No segundo tempo, Óscar Tabárez arrumou a defesa que falhou nos dois gols brasileiros - Godín e Giménez fizeram falta - , colocou o time com uma linha de cinco no meio, deixou Cavani aberto na esquerda e marcando a saída de bola brasileira. 

Pronto, parou a Seleção Brasileira.

Logo de cara na etapa final, Suárez arrancou antes de David Luiz e arrematou em gol. Assistência de Alvaro Pereira, duas no jogo, mal na defesa, bom no ataque.



Com a nova formação uruguaia o Brasil ficou completamente perdido, parou na marcação encaixada Celeste e não criou mais oportunidades. Coutinho tentou, Ricardo Oliveira também quando entrou no lugar de quem não deveria sair, Douglas Costa. Lucas Lima depois até tentou em algumas arrancadas, mas era pouco naquele time perdido.

O Uruguai, sem medo durante todo o jogo era muito mais perigoso, o final da partida da Seleção Brasileira foi terrível e Alisson salvou ao defender chute de Luis Suárez.

No fim o empate até foi bom pelas chances Celestes. Neymar não conseguiu levar o time, não encontrou-se como "falso nove", foi mais "falso Neymar". A equipe, não é equipe, time, é desorganizada, e com bons jogadores foi capaz de fazer 2x0. Depois sucumbiu a organização uruguaia e a tranquilidade deles. 

O Brasil fica nervoso porque não sabe o que fazer, porque joga o "Futebol zero".

Vendo do céu, Cruyff pode até ter gostado do primeiro gol, mas não do jogo brasileiro.

0 comentários:

Postagem mais recente Página inicial Postagem mais antiga