Não é falta de craque
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Neste Roda Viva com João Saldanha (técnico e jornalista esportivo) entra em pauta o momento da seleção gerando bastante discussão.
Neymar aparecendo na Bola de Ouro é um contraponto disso, em momentos de soberania de C Ronaldo e Messi é significativa e justa a presença do brasileiro - mesmo ainda não jogando mais que os outros dois e não sendo favorito. Com 23 anos o camisa 10 da seleção brasileira disputa com os craques argentino e português que desde 2007 aparecem na lista. O ano do último brasileiro, Kaká.
De Kaká a Neymar jogadores brasileiro da "geração perdida" ficaram de fora como Adriano e Robinho. Uma turma de bons talentos que se perderam em campo no futebol brasileiro, mas isso não quer dizer que a seleção portuguesa e argentina tenham sido as potências do futebol mundial com os craques da Bola de Ouro.
De 2007 a 2015 as potências em seleções são Espanha e Alemanha, campeãs do mundo em 2010 e 2014 respectivamente. Neste tempo seis vezes espanhóis apareceram entre os finalistas da Bola de Ouro (Xavi, Iniesta e Fernando Torres) e apenas uma vez um alemão, Manuel Neuer em 2014, sendo que nenhum deles venceu o prêmio. Essas seleções foram boas por causa do conjunto do time, não pelo individual.
A escolha da Bola de Ouro é mais pela Liga dos Campeões do que pela seleção, Xavi e Iniesta estiveram na lista por causa da Copa de 2010 e principalmente por fazer parte do super Barcelona comandado por Messi.
Hoje a Liga dos campeões conta com craques de todo mundo e os grandes times são melhores que seleções, eles tem conjunto e craques. O Barcelona venceria a seleção espanhola de 2010 pela diferença do craque argentino. Por isso é quase impossível alguém que não esteja disputando uma Champions ganhar a Bola de Ouro. Esse prêmio não é o mais meritocrático do mundo, mas mostra muito como pensam as pessoas ligadas ao futebol.
Ao final de cada ano, no Mundial, fica notório a diferença entre os clubes sul-americanos e europeus. Pelo Santos em 2011 Neymar não viu a cor da bola contra o Barça no Japão, esse ano pode ser o protagonista jogando do outro lado depois de vencer a Champions fazendo gol na final. Por isso os craques brasileiros jogam lá, vão em busca de desafios técnicos, como foi o craque dessa geração para a Espanha, financeiramente ele já ganhava milhões no Brasil.
Apesar dos 7x1 nosso momento no futebol não é horrível, Douglas Costa, Willian, Coutinho, Lucas Lima são bons jogadores e encaixados em um bom conjunto com Neymar a seleção pode bater qualquer uma. O problema é a estrutura e o trabalho de time mal feito pelos técnicos na seleção. Não a falta de craques.
Wendell Lira no prêmio Puskas é muito legal - mesmo achando o gol de Messi mais bonito - a presença de um brasileiro, ainda mais fora da elite, é sensacional.
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