Por Betinhos


Em 2012, o Palmeiras tinha um time meio diferente da maioria dos campeões. Era um time com pernas de pau, chinelinhos, tinha um técnico renomado (Felipão), mas ultrapassado—a Copa do Mundo confirmou depois— Assunção jogando no sacrifico, Barcos (não jogou as finais) e Betinho. O time bateu o Grêmio no Olímpico por 2x0 e depois conquistou a Copa do Brasil no Couto Pereira contra o Coritiba de Marcelo Oliveira. Toda uma história maluca, cheia de nuances que definiram os caminhos de um time que foi campeão com gol de Betinho.
Você que não é palmeirense ou é um torcedor alviverde um pouco desligado, nem sabe quem é esse jogador que marcou um gol de título nacional. Explicando: ele seria o Adriano Gabiru palmeirense, o jogador odiado pela torcida, que não demostra nada quando entra em campo, nem qualidade, raça, personalidade, marra, só ruindade mesmo. Mas assim como Gabiru marcou o gol do título mundial do Internacional diante do Barcelona em 2006, Betinho marcou o gol do título em 2012. Hoje ele joga no nordeste, é do Santa Cruz e está emprestando para o Paysandu. O futuro daquele Palmeiras foi afundar-se na Serie B e reconstruir o time, que teve de ser novamente reconstruindo depois de quase cair pela 3ª vez, até chegar ao time alviverde de hoje. Este que está mais uma vez em uma final de Copa do Brasil e talvez precise de um novo Betinho.
O Palmeiras com um novo estádio, sócio torcedor forte, patrocínios, nova gestão e jogadores caros, tem uma nova cara, parece um time de elite. Com jogadores de seleção, que disputaram Copa do Mundo, um técnico recém bicampeão brasileiro e promessas da base. Mesmo assim o time não joga bem, mas assim como aquele, pode ser campeão nacional. O alviverde não consegue firmar-se e ter um time que realmente seja uma potência, que jogue bem e vença, é também um problema de muita gente num país bagunçado como o Brasil. O adversário do Verdão na final é o Santos, que afundado nas dívidas descobriu um time forte que se encaixou e jogando bem chegou a final com status de favorito. Ano passado não era um dos mais forte do país e o Cruzeiro hoje —campeão brasileiro no ano passado— também não.
Os dois times chegaram a final, o Santos jogou melhor na Vila, venceu por 1x0, merecia muito mais, mesmo não atuando bem. As nuances do jogo foram pró Palmeiras, menos o árbitro, que deixou de marcar um pênalti para o alviverde. O Peixe fez grandes jogos esse ano, ao mesmo tempo só venceu um jogo fora de casa em quase todo o BR-15. O nosso futebol é inconstante, o São Paulo que toma 6x1, 4x0, 3x0 é o 4° colocado e depende só dele para ir à Libertadores.
Não temos times formados, realmente bons durante algum tempo, fora exceções. Claro o futebol muda, as coisas evoluem, mas o nosso futebol muda muito mais pelos detalhes e Betinhos do que por evoluções concretas.

Matéria publicada para o jornal O Atibaiense 28/12/2015 

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