O futebol nos engana
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O São Paulo nos enganou, nos fez acreditar que era melhor do que realmente é. Bauza deu caráter à equipe, fez o time ter brio por vencer e o levou até a semifinal da Libertadores. Mas não fez o suficiente para torna-lo campeão. Não fez porque o elenco tem deficiências e foi montado este ano, o clube iniciou do zero após um ano passado ruim.
Poucas vezes um time encaixa em sete meses a ponto de ser campeão da Libertadores, Rueda e o tempo fazem do Atlético Nacional um time mais completo e maduro que foi com Osorio - ex-treinador da equipe. A equipe amadureceu com o tempo, trouxe novas peças e encaixou. O jogo de velocidade, troca de passes de pé em pé não é do dia pra noite. Marlos Moreno, Borja, Guerra, Mejía, Berrio e Torres não são quaisquer coisas. O meio e ataque são bons, ficam com a bola e a defesa não sofre tanto perigo. É mais time que o São Paulo, em todos os sentidos, por isso é o favorito a taça.
Outras vezes nos deixamos enganar, por paixão, ou falta de informação. Lugano não parecia uma boa olhando o retrospecto das últimas temporadas do zagueiro, perdido na periferia da bola. Chegou com muita festa, era o ídolo e chegava para ser a liderança após Rogério Ceni. Dentro de campo falhou em vários jogos, fora de forma e lento demais, fora dele arrumou briga em momentos que não deveria – como na estreia da Libertadores – e ainda foi expulso algumas vezes. Na partida derradeira na Colômbia, fez um pouco de tudo isso.
Outras vezes nos deixamos nos enganar ao cair em cima da arbitragem e não ver os erros verdadeiros da equipe. É mais fácil, mas ineficaz. Ou por acaso os brasileiros pararam de chegar as finais de Libertadores só por causa da arbitragem?
O futebol no esgana porque faz o Leicester ser campeão Inglês e Portugal vencer a França, em sua casa, sem Ronaldo em campo na maior parte do jogo. O esporte pode me enganar, mas por acreditar em um jogo cada vez mais estratégico, com os bons treinadores portugueses que existem e o efeito positivo do título da Euro para Portugal, existe a chance da seleção mudar de patamar no cenário de seleções. Não para 2018, mas daí por diante.
Por este mesmo motivo tático, Tite, vendo tudo quanto é jogo in loco, pode dar o que falta ao escrete nacional, mais rápido do que o imaginado.
Mas claro, posso me enganar.
Matéria publicada no jornal O Atibaiense em 16/07/2016
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