Qual o problema do Palmeiras?

O Palmeiras não consegue jogar bem, o último revés foi o maior e comprovou de vez o quão mal vem o time. Mas afinal, qual o problema?

Elenco ruim? Rachado? Desequilibrado em posições? Seria o treinador? O terceiro desta fase do alviverde. Ou um problema de jogadores "sem vergonha" como gosta de chamar a torcida?

Palmeiras como a Páscoa, chocolate todo ano




Bom, vamos voltar para o inicio do ano passado, quando Paulo Nobre trouxe Alexandre Mattos e deu carta branca ao CEO - nome meio fresco para a função, mas enfim... - que contratou 20 e tantos jogadores.

Os principais deles foram: Vitor Hugo, Lucas, Gabriel, Arouca, Rafael Marques, Dudu ( dando chapéu nos rivais), Robinho e Zé Roberto. Este último que no primeiro jogo do ano, contra o Audax no Allianz Parque soltou pela primeira vez o grito de "o Palmeiras é grande", iniciando a nova fase do clube.

Dirigido por Oswaldo o elenco foi bem, chegou na final do Paulista eliminando o Corinthians na semifinal e por pouco não foi campeão em cima do Peixe. Mas com o tempo o time passou a não jogar mais tão bem e mesmo vencendo o Timão em Itaquera, na última boa partida de Valdivia, viu seu técnico cair no inicio do BR-15.

Então veio Marcelo Oliveira, trouxe o time para Atibaia. Eu pude acompanhar alguns treinos do novo técnico e conhecer alguns dos jogadores mais de perto. 

De cara a sensação de um elenco tranquilo, longe de estar rachado, com um técnico que observava o inicio do treino e depois de dar algumas instruções, comandava o coletivo de titulares x reservas. Acredito que a maioria faça isso no Brasil - Guardiola faz diferente, como está no livro Guardiola confidencial.

Pude ver também que Andrei Girotto, Amaral e Victor Ramos eram mesmo ruins de bola - não me surpreendeu nenhum um pouco a saída deles ao final da temporada.



Depois de Atibaia o time jogou contra o São Paulo e goleou por 4x0. Na sequência o time engatou vitórias e pulou da parte da baixo da tabela para o G-4. Ela foi encerrada depois que o Verdão perdeu para o Atlético-PR em casa. Estádio lotado, 1x0 e Gabriel machucado. As coisas voltaram a ficar ruins.

Depois que a sequência já não era das melhores, Prass confessou que a saída de Oswaldo mexeu com o grupo e fez o time ascender novamente, culminando na arrancada. Foi para a ESPN, veja aqui

Marcelo Oliveira  não conseguia dar uma forma a equipe e na tabela do Brasileiro oscilava de bons a maus resultados. Empate jogando bem contra o Corinthians, derrota para o Goiás em casa e fora. Ao mesmo tempo, bem na Copa do Brasil, eliminou Cruzeiro, Internacional e Fluminense. Chegou na final novamente contra o Santos.

Um mês para a final, então vai o alviverde para Atibaia concentrar. Eu vejo novamente os treinos, são iguais, o jogadores quase os mesmos e o clima um pouco diferente, maior cobrança e pressão da imprensa. Zé Roberto da entrevista e tem de explicar e reafirmar o "Palmeiras é grande".

Elenco tranquilo, nenhum sinal de rachadura.



Vem a Copa do Brasil, derrota na Vila por 1x0 - foi muito pouco, o Peixe perdeu pênalti e Nilson um gol que o tirou do time ao final da temporada. Veio o jogo no Allianz, torcida verde empurrando, o time entrou no clima, concentrou, jogou e venceu por 2x1. Teve pênaltis, teve Prass e Palmeiras campeão.

Veio a Libertadores e novas contratações reforçar o time para 2016. Erik, Edu Dracena, Roger Carvalho, Moisés, Régis, Rodrigo e Jean. 

Começa o ano, o time continua desorganizado, vence um jogo invencível (eu sei que a palavra significa) contra o Rosário Central em casa. Marcelo balançou e caiu no revés contra o Nacional em São Paulo.

Começa de novo, traz outro técnico, Cuca, reorganiza as ideias e vamos em frente. Perde outra para o Nacional, agora lá e complica de vez a vida na Libertadores. Perde a partida seguinte no Paulista, a outra e a outra também. De quatro (!), do Água Santa (!).



A essa altura chego a conclusão que o grupo nunca foi 100% concentrado no que devia fazer. Fechado até demais, amigo demais, aquele grupo de escola de amigos que em vez de estudar joga bola, vídeo-game e não faz o trabalho. Tira nota ruim, ou o suficiente para passar.

Somando isso a desorganização do time, deixada por Marcelo Oliveira e a perda de confiança com o início ruim de temporada, o Palmeiras foi para onde está hoje.

Alexandre Mattos errou, é fato, pode ser a hora de mudar o elenco, nada de sair contratando todo mundo, já chega, pode ser na troca de jogadores. Está na hora de fazer os amigos trabalharem, ou se for o caso, rachar a "panela" para criar um time, com ideias de jogo e de pensamentos bem definidos.

Só não é o caso de ser extremista, mudar tudo outra vez, é avaliar o que deve ser feito e fazer, com confiança e dedicação.

0 comentários:

Postagem mais recente Página inicial Postagem mais antiga