O que ainda falta para o futebol americano no Brasil?

13:09 , 0 Comentarios




Neste domingo de Carnaval o feriado dividiu atenções com o Super Bowl 50. Enquanto escolas de samba desfilavam na sapucaí e muita gente curtia a folia, nem que seja viajando, a bola oval voava por Santa Clara na Califórnia.

O evento faz parte da cultura norte-americana. É assistido por mais de 100 milhões de pessoas, no dia é consumido 13,1 milhões de kg de batatinhas, 1,2 bilhão de litros de cerveja, o intervalo comercial custa 5 milhões por apenas 30 segundos de exposição... Ou seja, agrega mais 12,6 bilhões de dólares em um final de semana. Se uma final de Copa do Mundo vale 229 milhões a Super Bowl vale 580 milhões.

É um evento absurdo que tem uma produção impecável com belos shows de intervalo e muito entretenimento que vai além do jogo. Nós poderíamos trazer um pouco disso para os nossos eventos esportivos. Nesta edição Coldplay, Bruno Mars e Beyoncé fizeram um bonito show e Lady Gaga cantou um emocionante hino norte-americano.


Mesmo no meio deste Carnaval o Super Bowl está na cabeça de muitos brasileiros. Nos últimos quatro anos o crescimento de audiência brasileira é de 800%, as pessoas passaram a conhecer o esporte e gostar dele. Hoje é possível ver camisas de franquias da NFL (Liga nacional de futebol americano) na rua no meio do mar das de futebol. Os brasileiros têm times e ficam ligados na mesma emoção em Sunday nights, Monday nights e Super Bowls.

Como disse Everaldo Marques, narrador da NFL na ESPN “pelo menos por um domingo o Brasil é também o país do futebol americano”.
Falta um passo para o esporte ficar ainda maior no Brasil. Um bom brasileiro, de preferência quarterback, disputando títulos na competição.
Se Guga fez o tênis ficar popular nacionalmente, um bom brasileiro no futebol americano aumentaria o esporte da bola oval por aqui.
Atualmente disputando a NFL, Cairo Santos do Kansas City Chiefs, kicker, é o mais bem-sucedido. Com 24 anos o brasileiro queria ser jogador de futebol quando estudava nos EUA, mas acabou trocando as bolas e foi parar na NFL. Pela posição e time aparece pouco.
Breno Giacomini (nasceu nos EUA), que já venceu um Super Bowl com o Seattle Seahawks e hoje está nos Jets, e Maikom Bonani, também são brasileiros que já disputaram a competição norte-americana.
A chuteira de Cairo Santos não nega, ele gosta de futebol
Que brasileiro gosta de TV e de vencer qualquer coisa já sabemos. Bruno Soarez virou capa de jornal por ganhar Grand Slam de duplas.
O futebol americano se resume quase que 100% na NFL, seleções e outros campeonatos são levados pouco em conta. O amor tupiniquim por este esporte está muito ligado ao jogo mesmo, não ao fato de ganhar, quem vê gosta do jogo, dos touchdowns, field goals, fubles, tackles... É um pouco diferente do público que abandonou o Tênis depois de Guga e perdeu o interesse por F1 depois de Senna (por mais extraordinário que ele seja).
Na decisão de hoje, não tivemos tanta emoção quanto na última final vencida pelos Patriots. A defesa do Denver Broncos acabou com o MVP da temporada: Cam Newton dos Panthers. O jovem quarterback do Carolina não deu nenhum passe para touchdown e viu seu time marcar apenas 10 pontos. Von Miller foi o MVP da final e acabou com o ataque dos rivais.
Peyton Manning (39), um dos melhores de todos os tempos, pode ter dado adeus ao futebol americano com seu segundo título de Super Bowl. Baleado, ele não deu nenhum passe para touchdown, mas nem foi preciso e se realmente encerrar a cerreira, encerará no topo.
Manning após a vitória do Denver
O Brasil ainda não revelou nenhum Tom Brady, Peyton Manning, Aaron Rodgers, Joe Montanna ou alguém do tipo. Como as vezes fica difícil revelar até jogador de futebol, não creio que verei um craque na bola oval brasileiro. Mas a tendencia é que mais gente daqui aparece por lá nos próximos anos.
Eu não gostava do futebol americano porque não o conhecia, a partir do momento que descobri, entendi e gostei. Hoje é um dos meus esportes favoritos, talvez o segundo atrás apenas do futebol.
Não acho que o Brasil vá virar o país do futebol americano, ou os EUA o país do soccer. E de qualquer maneira, para que ambos esportes cresçam em suas respectivas nações seriam precisos craques de bola. Por enquanto nenhum dos dois tem (teve) um jogador desse tipo na bola trocada.


Dicionário da NFL, para leigos do esporte:


Quarterback: jogador do time ofensivo que tem a função de iniciar as jogadas

Touchdowns: É a pontuação que vale 6 pontos, um jogador marca esse ponto quando avança até a end zone sem cair durante o caminho. Após o touchdown o time ganha um chute extra valendo um pouco ou então tenta uma nova corrida a end zone valendo 2 pontos.

Field goal: É uma forma de pontuar no futebol americano. Quando o Kicker chuta a bola entre as traves do gol em “y”.

Fuble: quando a bola é derrubada e a posse passa a ser de quem pega-la primeiro.

Kicker: Jogador que chuta a bola entre o "y" buscando um field goal ou extra point. Também é quem devolve a bola ao adversário depois de um ataque bem ou mal sucedido.

0 comentários:

Postagem mais recente Página inicial Postagem mais antiga