Poluição incomoda
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O
uniforme do Palmeiras passou a contar com empresas de um mesmo grupo
patrocinando sua camisa na semana passada. Crefisa e Fam (Faculdade
das Américas) pagarão R$ 66 milhões para o Palestra por patrocinar
o uniforme do clube a
té o final de 2016.
Mas em
vez de
colocar um anúncio no peito e outro nas costas de cada camisa,
invertendo entre os uniformes titular e reserva, eles preferiram
encher a camisa com anúncios
por toda parte, tem até no meião e
no número.
Esse contrato faz do Palmeiras o time que recebe mais dinheiro com um
patrocínio na camisa no Brasil, ao mesmo tempo deixa a camisa muito
poluída
com anúncios
por todo lado.
No
futebol brasileiro, por não contar com patrocinadores
com
tanto dinheiro,
os clubes passaram a fatiar a camisa, assim tendo vários
patrocinadores. Isso acontece principalmente com camisa de times
menores, ficam parecidos com macacões de F1. O canal Porta dos
Fundos chegou a fazer uma sátira
com a
camisa do Botafogo
repleta de marcas uma vez. O clube
se irritou e ameaçou
processar o canal por uso inadequado de
imagem e por depreciar a marca Botafogo, o Porta dos Fundos acabou
tirando o vídeo do ar. A crítica
na verdade era contra os patrocínios.
Os
clubes precisam de dinheiro e uma maneira de consegui-los e através
de anúncios em suas camisas. O Barcelona até pouco tempo tinha uma
camisa limpa, sem patrocinador nenhum desde sua fundação. Mas as
coisas começaram a apertar financeiramente, a solução foi mudar o
estatuto e aplicar a Qatar Airways no peito. Hoje, principalmente no
Brasil é um mal necessário.
O
que sempre incomoda é o
excesso, fica
feio, horrível,
nenhum torcedor gosta de usar uma camisa poluída.
Um patrocínio
único na frente até dá um certo charme ao uniforme, faz deles
únicos as vezes, marca uma era de camisas como a “era Parmalat”
no próprio
Palmeiras. Ela dava dinheiro ao clube e tinha um anúncio no peito e
nas costas apenas. Era uma camisa diferente, com linhas brancas
verticais que marcaram
aquela
época de conquistas
do clube.
Paulo
Nobre
comparou
a antiga patrocinadora ao dizer que essa será a “era Crefisa”.
Pode até se tornar, mas acho que a empresa perdeu uma grande chance
de limpar o
uniforme
e fazê-lo
mais
bonito. Caso
acontecesse, palmeirenses
a
comprariam
e a exposição
talvez fosse até maior.
Cidades
sem poluição são mais bonitas—Atibaia é assim—com camisas de
time funciona igual.
Matéria publicada no jornal O Atibaiense em 06/02/2016
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