Times montados e futebol Xing Ling


A China nos ferrou” esta foi a frase de Tite depois de estrear na temporada pela Florida Cup com derrota contra o Galo. Sem a dupla base Jadson/Renato Augusto e mais um par de titulares que saíram não só para o Oriente, o grupo é outro. Assim como o Cruzeiro bi-brasileiro foi, o Timão está desmontado. Com dinheiro os chineses vem e levam quem querem, como o Japão já fez, o mundo árabe também e nem por isso viraram ligas poderosas. A China é uma potência Olímpica, mas não sabe jogar bola, são ruins, o time de Luxa – Tianjin Quanjianperdeu para o XV de Piracicaba no último sábado e tomou quatro do Bragantino na quarta-feira aqui em Atibaia.
Os mais antigos vão dizer que antes os times jogavam dez anos junto. O que não é verdade. Veja em um exemplo simples com o Santos de Pelé. Gilmar, Lima, Mauro e Dalvo; Zito e Calvet; Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Este time está ponta da língua de muitos torcedores até hoje, mesmo esses 11 jogadores só terem iniciado 10 partidas juntos. Na nostalgia e nas conversas sobre o time de Pelé—dono do futebol brasileiro de 1960 a 1969—esta escalação, a do melhor time, foi a que marcou.
O time começou com: Laércio, Dalmo, Mauro e Zé Carlos; Zito e Calvet, Sormani, Mengalvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Que dirigidos por Lula venceram o campeonato Paulista de 1960. E acabou mais ou menos no 1000° gol do Pelé, quando entraram em campo contra o Vasco pelo Santos: Agnaldo, Carlos Alberto Torres, Ramos, Djalma Dias e Rildo; Clodoaldo e Lima; Manoel Maria, Edu, Pelé e Abel. Do primeiro ao último time, só um nome se repetiu, o de Pelé.
É interessante olhar para o passado e ver que as coisas se repetem hoje. Atualmente o time dominante é o Barcelona, que nos últimos 10 anos venceu quatro Ligas dos Campeões de 2006 a 2015. Do primeiro ao último time campeão só um nome se repetiu, Iniesta. Entrou durante o jogo de 2006 e foi titular em 2015 como havia sido em 2009 e 2011 nas outras duas conquistas. Messi também fazia parte daquele primeiro Barça, não jogou a final. Se considerar de 2009 para 2015, com a revolução de Guardiola e o início de uma nova forma de jogar, o número aumenta para cinco jogadores nos dois jogos.
A continuidade de jogadores é importante, mas sempre havendo evoluções na ideia de jogo, esquema e de jogadores, ou o time para no tempo. Hoje nenhum time no Brasil dura mais de três temporadas com a mesma estrutura, talvez fosse hora de trocar de estratégia.
Com pouco poder para segurar jogadores os times brasileiros poderiam se espelhar nos portugueses. Eles sabem que não tem muito dinheiro e vão perder seus destaques para os grandes centros, então montam times com as vendas bem remuneradas de seus craques lapidados da base e da América latina. No Porto: Hulk, James Rodrígues, Falcao, Jackson Martínez, Danilo, Quaresma, Casemiro, Pepe são exemplos. Sempre montando um novo time e tentando manter a qualidade. O time não vira uma superpotência, mas sobrevive bem com bons times. Já que ninguém consegue manter, talvez a saída fosse negociar bem. O que também não é o ideal.
Matéria publicada no jornal O Atibaiense em 23/01/16

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