E mostrar que de fato é campeão


O ano de 2015 começou com Zé Roberto batendo no peito e dizendo que o Palmeiras é grande, com Dudu sendo o trunfo do mercado diante dos rivais, com novos patrocínios, elenco e nova casa. Na quarta-feira Zé levantou a taça da Copa do Brasil, o camisa 7 palmeirense fez os gols da vitória, tudo isso no Allianz Parque lotado que comemorou o primeiro título nele.
O Palestra foi um clube que depois da saída da Parmalat no início do século viu o rendimento cair, foi parar duas vezes na série B, venceu o Paulista de 2008 e Copa do Brasil de 2012, mais nada. Um tempo de vacas magras, times ruins e ídolos que ao mesmo tempo que ajudavam faziam mal ao clube (Valdivia).
Em novembro do ano passado escrevi aqui “O estádio abre uma oportunidade de fazer o Palmeiras voltar a ser grande em nível nacional. Com o dinheiro a mais e a vantagem de ter um lugar só seu para jogar, esse tem que ser o ponto de partida, para o time voltar a conquistar títulos nos próximos anos. Voltar a ser grande”. Zé Roberto confirma, agora dizendo que é gigante.
O time com um novo elenco foi crescendo este ano, chegou a final do Paulista na primeira grande vitória do ano quando eliminou o Corinthians na semifinal. Ficou com o vice depois de perder para o Santos. O time parou de crescer, perdeu o pique e Oswaldo de Oliveira deu lugar a Marcelo Oliveira. O time acordou, jogou bem venceu jogos difíceis e chegou ao G-4 no BR-15. Relaxou, perdeu Gabriel e oscilou entre bons e maus jogos. Nunca foi um time refinado, com os resultados não aparecendo, passou a abusar ainda mais de bola longas, bolas paradas e no individual.
Quem veio têm qualidade, assim como alguns da base, Gabriel Jesus todos conhecem, mas o que Matheus Sales jogou na final foi fora de série. A torcida comprou a ideia do time esse ano, com grande apoio em casa o Palmeiras foi o líder de bilheteira no Brasil. Contra o Santos nesta final o elenco comprou a briga, entrou no clima com a torcida, com a faca nos dentes concentrado na conquista bateu o Peixe.
Vinda para Atibaia, derrota de 1x0 fora de casa, provocação do rival, meias brancas, virada e título. Este foi o roteiro da fase final desta Copa do Brasil, se encaixa também no roteiro de 12/06/1993 quando o Palmeiras encerrou o jejum de 16 anos vencendo o Paulista. Depois disto o alviverde engatou uma sequência vitoriosa de títulos até o fim da era Parmalat com Luxa e Felipão. O ano de 2015 pode ser o início de novos tempos no Palestra Itália, desde 1976 não era campeão sem os técnicos que citei acima. Mas com o time não jogando o fino da bola, também é bom ficar esperto e evitar o relaxamento de 2012 que levou ao descenso.
Esse título é importantíssimo para o Palmeiras, se não tivesse vencido o discurso e a preparação seriam diferentes para o ano que vem. Precisa colocar mais a bola no chão, trabalhar jogadas, arrumar o meio de campo… É mais fácil fazer isso com o título. Já Santos que depois de fazer um bom final de ano, termina sem título e Libertadores.
O futebol é uma ilha distante de qualquer lugar, a Copa do Brasil mostra que muitos clichês, às vezes fora de moda, voltam à tona, prevê-lo é extremamente impossível, ele cria finais épicos inesperados, fazendo com que os que pareciam vilões virassem heróis. O mundo dá voltas o do futebol as dá mais rapidamente. O time que quase caiu ano passado é campeão nacional, vencendo o time que o ajudou a permanecer na primeira divisão. Agora o Palmeiras voltou mesmo a ser grande, gigante.

Matéria publicada no jornal O Atibaiense em 05/12/2015

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