Não são máquinas, não são programados para jogar
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Às
vezes pensamos nos jogadores de futebol como se fossem robôs,
máquinas, programadas para atacar, defender e marcar gols. Cada um
com suas habilidades definidas e competências para cada situação
de jogo.
Cada um como uma peça de uma engrenagem que faz o time funcionar e conquistar as vitórias que são programadas por seus técnicos. Com tantas estatísticas às vezes todos nos, sem exceção (me incluo nessa) deixamos o lado humano de lado. Esquecemos que as vezes eles não estão em um bom dia, tem algum problema na família ou só uma dor de barriga mesmo. Tudo isso influência no jogo dele. Se nos temos resultados diferentes seja o que for que nos façamos no dia a dia, com um jogador vai ser igual.
Vendo Barcelona x Las Palmas jogarem no último sábado, isso ficou mais que evidente. Neymar, teve R$ 188,8 mi bloqueados de suas empresas por suspeita de sonegação de impostos que envolviam sua negociação. Ele não só apareceu com o cabelo raspado (truque do Ronaldo "Cascão", mudar o foco) como perdeu um pênalti no segundo tempo. Não jogou mal, mas ao mesmo tempo, não estava com um nível de concentração adequado para poder acertar aquele pênalti ou fazer uma partida melhor. Isso se repetiu na terça-feira em partida contra o Bayer Leverkusen pela Champions. Vale lembrar que no dia de Brasil 0x1 Colômbia na Copa América, a justiça começou a investigar sua mãe no mesmo caso. Neste dia não só a Seleção perdeu como Neymar foi expulso e desfalcou o time pelo resto da competição e ficará também fora das duas primeiras partidas das eliminatórias. Só ele (e talvez nem ele) pode dizer o quanto isso influenciou em seu desempenho. Mas não dá para dizer que isso o ajudou.
Outro dia Ricardo Oliveira disse no Bola da Vez da ESPN que quando sua irmã foi sequestrada não conseguia manter a concentração e jogar bem pelo Milan. "Eu não conseguia jogar" disse, passou apenas a treinar e não ia aos jogos.
O oposto também é verdadeiro. Às vezes o jogador passa a ter uma vida tão boa, com dinheiro, morando em um bom lugar, com vários "amigos", mulheres e esquece de jogar bola. Ele que não tinha nada passa a ter tudo e o futebol que era a sua alegria passa a ser apenas uma distração das coisas que ele faz com o dinheiro que ganha. O futebol vira uma obrigação, vira o "trabalho chato" que o dá todo esse dinheiro. Passam a gostar mais do sucesso, da fama e do dinheiro, como já escreveu Tostão. É só olhar para o Ronaldinho, que hoje está nesta de ter o talento e não jogar. Esse gosta mais do sucesso, fama e do dinheiro. Cansou de jogar bola faz tempo.
Existe quem sinta mais quem sinta menos, alguns conseguem manter a concentração outros não, isso vai de cada um. Cada um reage a cada situação de uma maneira diferente.
Por mais que pareçam extraterrestres às vezes, são humanos como nós, acredite.
Matéria também no site do jornal
Matéria publicada no jornal O Atibaiense no dia 3/10/2015
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