Entre seleções e clubes
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No evento do livro “Gol da Alemanha” realizado o Museu do futebol,
conversei com Gerd Wenzel (jornalista alemão da ESPN) sobre o porquê dos
principais trinadores do mundo muitas vezes não quererem treinar uma seleção.
Ele me disse que o problema não é nem a questão dos jogos serem
esporádicos e de ter apenas uma ou duas competições de prestigio real, ele
disse que o maior problema está na politica envolvendo as federações nacionais.
Deu o exemplo de Guardiola, disse que ele nunca treinaria um escrete
nacional - o que ele disse sobre seleção é mais da boca pra fora - , a política
das confederações não o deixaria fazer o que ele quisesse. Disse que no Bayern
controlava a comida e queria um médico à disposição dele o tempo todo, por isso
brigou com o médico Hans-Wilhelm Müller.
Ainda
segundo Wenzel, Klopp sonha mais em ser técnico de grandes da Europa como o
Bayern de Munique, e ir bem no Liverpool do que em treinar o selecionado alemão.
Isso
tudo faz sentido, se olhar diretamente para os técnicos de suas seleções verá
que nem todas tem o melhor técnico de seu país.
Na Itália Conte preferiu sair
para o Chelsea, Louis Van Gaal fez a mesma coisa saindo da Holanda para o
United. Na Espanha nada de Guardiola, é Lopetegui, em Portugal não é Mourinho, é
Fernando Santos.
Na seleção argentina talvez seja o caso mais dramático de
todos, há muito dificuldade em se achar o novo treinador no momento - pode ser
que o treinador fique com jornada dupla (clube e seleção).
Lá
a questão politica está muito envolvida nisso, assim como no Brasil, só que
aqui, mesmo assim, Tite (o melhor técnico brasileiro) almejava o escrete
nacional. Adenor queria tanto a amarelinha que ignorou o fato de ser totalmente
contra o governo da CBF – assinou até manifesto contra o presidente – para ser
o treinador. Para ele é uma evolução na carreira, treinará um time melhor do
que qualquer clube brasileiro.
Este
fato de ser o melhor time só se aplica no Brasil. Bayern, Real Madrid e
Barcelona são os três melhores conjuntos do futebol mundial, a seleção
brasileira é melhor do que qualquer clube brasileiro, não é assim com a seleção inglesa.
Antes
dos anos 1990 os melhores conjuntos eram os escretes nacionais: o brasileiro,
argentino, italiano, alemão... Depois da Lei Bosmam tudo mudou.
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No Brasil sempre
tivemos uma seleção maior do que os clubes, porque quando
o futebol da seleção regrediu os clubes também já haviam regredido.
Hoje
já não se tem o mesmo apelo por uma seleção nacional, não representa o que já
representou, a politica acaba destruindo muito dos valores de nação embutidos
nos escudos das federações e os rumos do futebol criaram conjunto de jogadores
melhores. As Copas do Mundo ainda ditam estilos, mas menos do que já foi um dia.
Como
será a torcida nas Olimpíadas? A politica vem sendo muito mal feita na
competição e sempre damos mais valor aos esportes coletivos do que os
individuais, sendo os individuais o verdadeiro forte da competição.
Ao
futebol masculino é obrigação vencer, com força máxima e em casa tem de trazer
a medalha de ouro.
É agora ou nunca, porque se vencer em 2020, com,
provavelmente, menos importância ainda das outras seleções pelo ouro, não
valerá quase nada a medalha.
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