Jogos para sempre


Algumas partidas de tão ruins fazem a gente pensar: “por que ver isto?”. Jogos sem qualidade, emoção, nem graça. Esse ano os jogos do São Paulo tem sido assim e até a torcida tem abandonado o time. Às vezes vemos o jogos só para poder falar sobre eles.

Em alguns casos, precisamos de duelos como o de quarta-feira a tarde em Munique, pelas oitavas de final da Champions League. Bayern Munique 4x2 Juventus, daqueles jogos de guardar na memória, gravar na fita cassete em cima de alguma festa de família e ver quando cansar do futebol por algum motivo.

Depois de Turim quando os Bávaros fizeram 2x0 e levaram o empate, já mostrara que algo de especial poderia vir. Mas nunca sabemos quando Allegri dará um nó tático em Pep Guardiola. Sua equipe jogou no anti-Bayern, dominava o jogo, mesmo sem ter a posse, tinha a partida nas mãos mesmo ser ter a pelota. Agressividade e marcação altas, defesa intransponível. Assim o Bayern ficava sem saber o que fazer.

Os italianos fizeram 2x0, com um segundo gol maravilhoso, em corrida perfeita de Morata, passe para Cuadrado, que com toda tranquilidade do mundo tirou Lahm e mandou para o fundo da meta defendida por Neuer. Gol que alia técnica, velocidade, habilidade e inteligência.

A enorme partida da Juve surpreendia, os alemães não desistiram. Junto da torcida, até o alemão mais frio incentivou, imagino tenha gritado “eu acredito” e o “Bayern Doido” foi pra cima, sem tanto a cara de Pep, quase no “Muricybol”. Na base do “chuveirinho” diminuiu com Lewandowski e empatou com Müller no primeiro minuto de acréscimo.

Na prorrogação, o Bayern mais inteiro, física, mentalmente e ofensivamente, fez o terceiro com Thiago, depois de linda tabela, e matou a disputa em contra-ataque de Coman. As mudanças durante o duelo fizeram a diferença, Douglas Costa, jogando mais no meio, com Coman aberto na direita, Müller e Lewa na área foram determinantes para o resultado.

Em jogos assim os vencedores saem ainda mais felizes, os derrotados vão lembrar e lamentar a derrota pelo resto da vida. O quase dói mais.

Um embate como esse faz qualquer um se reapaixonar por futebol ou apaixonar um não apaixonado. Este verá outros jogos para poder voltar a sentir o prazer que sentiu, como um drogado e terá crises de abstinência na maioria das partidas nacionais.

Esta partida teve todos os bons ingredientes de um jogo de futebol, melhor que está, só duas destas, ou se fosse aqui no Brasil.

Matéria publicada no jornal O Atibaiense em 19/03/2016



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