Olhando fora da caixinha
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Paulinho pelo Guangzhou Evergrande da China |
Com
o fim do campeonato brasileiro, início
da
fase de especulações e contratações, chama atenção o olho
no mercado
internacional. Não só para o de jogadores, para o de técnicos
também.
Se
antes todos do nacional eram brasileiros, agora ano a ano
aparecem novos gringos. Depois de
Jorge Fossati no Internacional, tivemos Gareca no Palmeiras, Osorio
no São Paulo, Aguirre no Inter e
agora
no
Galo. Edgardo Bauza foi cogitado no Tricolor paulista, como Sabella é
toda hora e Jorge Sampaoli em todos os times sem técnico no
momento.
A
vinda de técnicos estrangeiros não é nova, Béla Guttmann
(Hungria) já foi do São Paulo na década de 1960, Filpo Nuñez
(Argentina) do Palmeiras da academia em 1960 e muitos outros. Só que
antes eles vinham por algum acaso, não por ideia de intercambio.
Esta até é uma ideia que não é tão nova como parece, em 1987
depois de perder outra Copa, o Brasil começou a questionar se era
hora de buscar ideias no exterior, se seus técnicos eram bons e se a
vinda de gringos seria positiva—Isto tudo é bem observado em uma
entrevista de João Saldanha (ex-técnico da seleção e jornalista)
no Youtube para o Roda Viva em 1987—mas só começou agora.
Na
questão de jogadores, vários da América latina já calçaram
as chuteiras e correram por nossos
gramados—Isto
também não é novo, Figueroa no
Inter é um exemplo da década de 70—quase
todo time hoje tem um gringo.
No Palmeiras Allione, Cristaldo,
Mouche e Barrios, no São Paulo Centurión e Wilder, no Santos
Ledesma, no Corinthians Romero e Mendoza que
já
saiu, no Flamengo Armero, no Cruzeiro Arrascaeta
e por aí vai.
Mas
se parar para pensar quase nenhum deles é sequer titular absoluto em
seus clubes, os melhores são os do Galo, Dátolo e Pratto, Guerrero
do Fla, Barrios do Palmeiras e D'Alessandro do Inter. Olhando para as
seleções que jogaram a Copa América você vários jogadores que
passaram pelo Brasil, mas muitos deles não foram bem. Os técnicos
também não, até quem estava indo bem foi rapidamente embora.
Isso
acontecesse por dois motivos: o primeiro é o poder financeiro maior
dos clubes brasileiros em relação aos concorrentes da América
Latina; segundo pela falta de conhecimento na hora de trazer um
jogador ou técnico. Até hoje o São Paulo não sabe como joga o
Centurión, o Corinthians está tentando descobrir porque contrataram
Defederico e o Palmeiras o Mendieta. Reforços furados por falta de
conhecimento. É sempre importante trazer conhecimento de fora, mas é
importante saber quem está trazendo para que tudo funcione.
O
efeito inverso também acontece. Não é de hoje mais é recente a
chegada da China no mercado brasileiro. Com o dinheiro chinês eles
vêm e contratam jogadores, técnicos e até fisioterapeutas. Bruno
Mazziotti, o mais famoso dos departamentos médicos do Brasil,
responsável por recuperar Pato e Renato Augusto vai para a Shandong
Luneng. O time será dirigido por Mano e conta com jogadores como
Diego Tardelli, Aloísio e Jucilei. Tem argentino também lá,
Montillo, este até que foi bem no Cruzeiro.
Matéria publicda no jornal Folha de Atibaia em 12/12/2015
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