Ano para recordar


Os clubes jogam todos os anos vários campeonatos, vencem/empatam/perdem muitos jogos, conquistam títulos, tem muitos jogadores, dirigentes, histórias para contar e milhões de torcedores, assim é com boa parte dos clubes brasileiros. No meio de tantas coisas, muitas são esquecidas no meio, mas tem sempre os jogos mais marcantes, anos importares e coisas que os clubes e seus torcedores levarão para o resto da vida. A temporada dos quatro grandes Paulistas tem momentos assim.

No Corinthians o ano foi muito positivo. Tite voltou e parece que nasceu para ser técnico do Timão, arrumou o time logo quando chegou. Depois teve problemas quando parou no Palmeiras no Paulista e no Guaraní na Libertadores. Uma parte do time foi embora e a desconfiança rondou por Itaquera, aos poucos as coisas foram funcionando e o time foi ficando competitivo. Virou o turno do Brasileiro em primeiro, passou a jogar ainda melhor, ninguém segurou e foi campeão. No ano do Hexa brasileiro ainda teve uma goleada de 6x1 sobre o rival tricolor no jogo da festa do título e jogando com os reservas. Esse ano vai ficar na memória do clube o do corintiano, sem dúvida.

O ano do tricolor não foi bom, o time não jogou bem, sem alma, levou goleadas dos rivais, fez jogos que irritaram a paciência dos são-paulinos, trocou algumas vezes de técnico e na politica foi um desastre que resultou em renúncia do ex-presidente. Apesar de tudo conseguiu a vaga na Libertadores sem merecer muito, com um novo técnico e elenco terá que renascer ou vai fazer feio na Libertadores. Mesmo assim é um ano para recordar, é o último de Rogério Ceni no São Paulo o maior ídolo do clube. O Mito não é o melhor jogador, Careca, Raí, Leônidas foram mais jogadores que ele, mas Ceni é mais que um goleiro. Ele sempre foi do tricolor, recusou propostas para jogar no exterior, ganhou tudo o que poderia ganhar, foi capitão nas conquistas, fez jogos incríveis defendendo até o que não era possível – Mundial contra o Liverpool o maior deles – e o diferencial, fez gols. Não foram poucos foram 131 gols, um absurdo, o maior goleiro artilheiro de longe. O slogan "todos têm goleiros, só nós temos Rogério Ceni" faz muito sentido. Será estranho ver o São Paulo sem ele no gol.


O ano do Palmeiras foi o melhor dos últimos 15 anos, desde a Parmalat. O alviverde que precisava mostra que de fato era campeão começou do zero o time, com ajuda de patrocinadores e do novo estádio com os sócios torcedores crescendo, criou um caminho novo a ser seguido, um momento de transição. A temporada foi de altos e baixos, teve goleada de 4x0 sobre o São Paulo e derrota de 5x1 para a Chapecoense. O que acabou corando de vez o ano foi o título da Copa do Brasil em cima do Santos. A festa que ela proporcionou foi para lavar a alma da torcida, que passou a ser a mais sofredora do estado e que agora está nas nuvens. O time precisa melhorar o futebol para o ano que vem, neste ano foi o suficiente para ficar registrado na memória.

O ano santista é o que menos trará recordações, o Paulista será lembrado, de qualquer maneira é uma taça. O que pode ficar mais marcado é o surgimento de uma nova geração de meninos da Vila. Vamos saber melhor lá na frente se Geuvânio, Gabriel, Zeca, Thiago Maia, Victor Ferraz e outros vão vingar, se Lucas Lima é mesmo craque. É bom ficar de olho nesses meninos, podem ir longe.


Matéria publicada no jornal O Atibaiense em 12/12/2015

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