Onze homens e um segredo


 
Na segunda-feira passada, foi perguntado a Cássio no programa Bem amigos do Sportv, qual era o segredo do time que será campeão brasileiro. Enfático e sem titubear respondeu “Tite”. Assim como ele, outros jogadores também foram questionados sobre isso em outras oportunidades. Em todos os casos a resposta foi a mesma, Adenor Leonardo Bachi, o Tite.
Depois de um ano sabático, o técnico ídolo do clube, voltou de onde tinha saído para suas férias. Sonhava com a seleção e perder lugar para o Dunga mexeu pra ele, realmente acreditava em treinar o Brasil. Na primeira passagem o seu estilo pragmático de jogo foi marcante. A equipe não marcava muitos gols, tomava quase nenhum e empatava muito. Desse jeito, foi um time extremamente competitivo e vitorioso. Ganhou tudo o que podia ganhar. Deixou a desejar em alguns momentos também.
Quando voltou ao clube, escrevi neste espaço que fazer tudo igual como era antes não seria garantia nenhuma de dar certo e depois de um ano estudando, seria bom se passasse a fazer um jogo mais solto, mais vertical, mais legal.
Ele realmente fez diferente, com outros jogadores trocou o seu 4-2-3-1 da primeira passagem pelo 4-1-4-1. Colocou o time mais no ataque e já confessou em entrevista que trabalhou para melhorar no tempo que ficou parado o setor. Estudou, cresceu e fez um time do melhor ataque e defesa no brasileiro.
Quando Tite chegou ao Corinthians em 2010 depois de Mano, não foi uma festa, não teve grande destaque na mídia, nem nada. Chegou como se fosse mais um ao clube. Hoje é o que é porque evoluiu. Se Neymar aprendeu a cobrar pênaltis, Willian faltas e Coutinho a chutar de longe, Tite aprendeu a armar boas defesas. Depois do sucesso com o Grêmio na Copa do Brasil em 2001 teve um grande fracasso com o Atlético-MG em 2005. Em 2006, foi assistir à Juventus dirigida por Fabio Capello, para entender como funcionava sua linha defensiva de quatro homens. Aprendeu e passou a aplicá-la.
Então de uma hora pra outra virou o técnico que virou. Ele não é de uma nova geração, ele está trabalhando desde 90-91, só que não da mesma maneira. É difícil dizer quando deu o salto de médio, pra excelente técnico, mas hoje é o melhor do Brasil.
Esse texto não quer exaltar o técnico por ter o time campeão brasileiro, é para explicar que o sucesso coletivo e pessoal nunca é por acaso. Tite fez seu bom trabalho e como ele mesmo diz “se o time não for bom tecnicamente, não bate campeão”. É um time de 11 jogadores, que tem um segredo, ele não é difícil de ser descoberto, é difícil de ser aplicado.


Matéria publicada no jornal O Atibaiense em 07/10/2015

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