Foi ou não foi?
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O
brasileiro, mesmo aquele que não vê o jogo, pouco conhece do seu
time, muito menos o do adversário, gosta de provocar e discutir um
lance polêmico sobre o jogo da última quarta ou domingo. Muitas
vezes nem sabe sobre exatamente o que se trata, mas entra no assunto
como entendedor da coisa. Ele cria teorias de conspiração, “foi
pênalti”, “não foi”, fala que fulano é horrível, que outro
é gênio e por aí vai. Na maioria das vezes puxando a sardinha para
o seu time.
Mas
o que esse “entendedor” de futebol gosta mesmo de falar é de
arbitragem. Nossa, isso é o prato cheio dele. Ele fala que o juiz é
ladrão, que é mal intencionado, que sempre ajuda o rival e tudo
mais que faz parte do futebol. Trazendo o esteriótipo do juiz
brasileiro, interpretado no filme Boleiros, pelo ator Otávio
Augusto que
se
passa por
um árbitro corrupto, que manda o time repetir os pênaltis até
que alguém o converta.
Pedindo até para trocar o
batedor, que
não acertava.
No
futebol, como em nenhum outro esporte, o juiz tem uma
capacidade
maior de influenciar no jogo. Por ter um placar muito justo é mais
fácil invetar
um pênalti ou algo parecido para favorecer tal time. Ao mesmo tempo
errar e ajudar um time sem intenção. Isso faz com que esse assunto
sempre que o futebol é futebol entre na conversa
sobre um jogo e é lembrado mesmo depois de anos e anos.
Nas
últimas três rodadas deste final de turno, péssimas arbitragens
tomaram as atenções de conversas de bar e programas esportivos.
Deixado de lado temas muito mais interessantes e melhores que esse em
questão. O Campeonato Brasileiro está bom e não podemos deixar que
a arbitragem acabe ofuscando isso.
Por
exemplo: O toque de bola do Grêmio de Roger, que joga com a bola não
chão, sem chutões e excessivos cruzamentos. O Corinthians que não
encanta, ao mesmo tempo, mostra toda a sua compreensão das escolhas
no jogo, com Tite tirando o máximo do time. O Palmeiras com uma
torcida que entendeu que ir ao estádio não é só quando o time
está ganhando, deve ser em todos os domingos como ir a igreja. Um
São Paulo que mesmo perdendo alguns jogos, tem um técnico que não
tem medo de arriscar e proporciona bons jogos, assim como o Sport.
Com
muitos jogos bons é um campeonato que tem entretido, não podemos
deixar que uma má arbitragem acabe mudando o foco. Ao mesmo tempo,
não podemos fingir que nada acontece quando vemos erros seguidos que
mudam o rumo do campeonato. Portanto, a arbitragem precisa ser boa
para que não falemos dela. E isso é muito difícil e nunca será
perfeita.
Matéria publicada no jornal O Atibaiense no dia 22/08/2015
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