Verdes e maduros


O Audax tem chamado atenção do estado de São Paulo com seu “futebol total” implantado por Fernando Diniz. Gosta de ter a bola e trocar passes, um atrás do outro, para criar uma chance e fazer o gol. É quase a filosofia do “jogo de posição” de Guardiola, porém passa do ponto às vezes.

Contra o São Paulo deu um baile no Tricolor, mas acabou sofrendo o gol em erro na saída de bola. O time perde muitas vezes a bola em seu campo e o goleiro abusa muito da paciência do torcedor - se é que existe torcedor neste clube/empresa. Neuer não faz, nem Valdes vazia no Barcelona de Pep o que faz o goleiro do Audax. Na hora do aperto dava chutão, além do alemão jogar bem fora da área na cobertura dos defensores.

Dizem as más-línguas que Fernando Diniz trata mal seus jogadores, fora isso, precisa provar que pode fazer seu jogo valer contra o Corinthians, o time com que se saí melhor contra este estilo de jogo. Se o São Paulo marcou a saída de bola do Osasco e teve pouco sucesso, difícil dizer que o Timão não terá. Em Itaquera basta uma roubada de bola no campo adversário para o alvinegro avançar rápido e botar a bola na rede. Diniz terá de mostrar repertório, com um time bem inferior ao adversário, que assim como ele tem uma ideia de jogo definida.

Este Corinthians capaz despachar de forma protocolar os rivais inferiores, mas de se complicar com times do mesmo tamanho. Passar pelo Audax no domingo ainda não será a prova dos nove para o Timão, a final do Paulista pode ser. Em caso de título pode-se dizer que a equipe amadureceu e está pronta para voltar a ser campeão. Não porque de fato será, mas porque terá derrotado uma equipe de nível forte.

Do outro lado a grande e crescente rivalidade entre Palmeiras e Santos. Enorme na década de 60 e 70 - Santos de Pelé contra as Academias do Palmeiras - talvez seja o auge entre ambos desde lá.

No primeiro clássico com torcida única em São Paulo, o Santos joga com a força da Vila e de seu elenco. Sem perder a 25 jogos em casa, tendo vencido todas do Verdão lá no ano passado é favorito, também por ter um time mais pronto, com uma proposta de passes rápidos e poder ofensivo.

Do outro lado um alviverde verde, mas cada vez mais maduro com Cuca que pode estar trabalhando um time só para este jogo, como fez contra o Corinthians anulando as principais jogadas do rival e vencendo o jogo. Ricardo Oliveira normalmente mete gol no Palmeiras e Dudu no Santos é bom ficar de olho neles.

Os mandantes de Itaquera no sábado e da Vila Belmiro no domingo são favoritos, mas sempre em um jogo muita coisa pode acontecer, como nada e a decisão ser definida nos pênaltis. É a vida e emoção do Paulista, pena que dura pouco.


Matéria publicada no jornal O Atibaiense em 23/04/2016

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